Sandra Mello (13outubro2008)
Nascida em Tubarão SC em 07 mar 1955.
Escultora, pintora e desenhista.
Formação, Escola de Artes Visuais, Rio de Janeiro (Parque Laje), de 80 `a 87, tendo como orientadores Sandro Donatello Teixeira, Cláudio Valério Teixeira e Roberto Leal.
Curso Sobre o Processo Criativo "Procedencia e Propriedade" orientação Charles Watson e Cadu.(Rio de Janeiro - 2007)
Curso de Historia da Arte(Instituto Internacional de Cultura Ipanema Rio de Janeiro- 1982).
Orientação desenho e pintura Silvio Pléticos e Rubens Oestroem (Fpolis SC).
Viagens de estudos a Buenos Aires (Argentina)
Viagens de estudos a Nova York (USA)
EXPOSIÇÕES
Coletivas :
Mostra de Novos Talentos - Palácio Barriga Verde (1978)
8º Salão Catarinense de Novos Artistas
Galeria de Arte AMC (Shopping da Gávea - RJ 1985)
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina(1990)
Iva Gandara galeria de arte (Fpolis 2006)
Zezo Galeria de Arte (Baln.Camboriu 2006)
Faculdade Estacio de Sá (Fpolis 2006)
Ordem dos Advogados (OAB Fpolis 2006)
Maria Raquel Damiani - Show room (Fpolis 2006)
Confraria das Artes Projeto Paint a Future(Fpolis) 2007
Casa Nova (Fpolis 2007)
Museu Arte Projeto Paint a Future SC CIC (Fpolis 2007)
UniversidArte - Estácio de Sá (setembro 2007)
Casa da Cultura São José (2007)
Espaço Oficina de Artes - CIC (Fpolis setembro 2007)
Museu Histórico de São José ( São José SC novembro 2007)
Individuais:
Espaço de Artes Café das Artes (Fpolis 1998)
Espaço de Artes McDonalds (Beira Mar Norte Fpolis 1999)
Espaço Cultural Martinho de Haro (Câmara Vereadores Fpolis 2006)
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina(2006)
Espaço de Arte do "Café La Dolce Vita" (Fpolis 2007)
Espaço Cultural Instituto Guga Kuerten ( Fpolis outubro 2007)
Espaço Cultural Gov.Celso Ramos BRDE (Fpolis novembro 2007)
Museu de Arte de Blumenau (2008)
Críticas:
“Depois de um longo período realístico semi-acadêmico passa a realizar obras de forte caráter expressionista. Em 20 anos de busca e trabalho continuado, começa novo tipo de interpretação baseado nos movimentos pós-modernistas. Vem a conhecer claramente os movimentos de tendências conceituais e vanguardistas.
Caráter extrovertido, pleno de sentimento, aceita a atividade artística como ideal de vida.
Sem duvida que a razão principal disso é o talento inato que Sandra tem, e manifesta em tudo que faz.”
Sílvio Pléticos (2006) - Artista plástico
Abstracionismo lirico, organização dos espaços e ênfase no encontro de perspectivas labirínticas, onde em linhas minuciosas se repetem em ritmos cromáticos , mantidos em registros de “baixa tensão” ainda que submetidos a um certo dramatismo interior.
João Evangelista de Andrade Filho( 2007)
Diretor Museu de Arte de Santa Catarina-MASC
Realidades invisíveis.
O carvão fere a tela ou o papel, desenhando um mundo aparentemente sem formas, isto porque, nossos olhos não percebem sua significação, pois escapam à nossa inteligência. Despojado o recurso da representação, realidades invisíveis revelam um procedimento ou um método de fazer ver.
A artista plástica Sandra Mello, nesta série de telas, retoma a querela da tradição pictórica, do século XVI, a cerca da importância desempenhada pelo desenho em detrimento da cor, il disegno ou il colore. Em italiano, disegnare significa ao mesmo tempo desenhar e traçar um plano e, portanto pressupõe uma antecipação do espírito que concebe em termos de pensamento plástico, uma atividade superior do intelecto. O desenho é sempre desígnio ou como diria Leonardo da Vinci: - una cosa mentale. Assim, nas telas de Sandra, o desenho organiza o plano e o traço o fundo, o contexto. E, a linha do desenho colocada no campo pictórico, como que engolfa espectador para dentro da tela, criando um espaço que excede o campo visual. Um espaço que não podemos dar conta.
È na busca do movimento que ela enfatiza o traço, projetando superfícies que não se deixam retratar e com traços mínimos por vezes faz surgir volumes e sobreposições enigmáticas.
Uma vez revolvida as questões referente à forma em sua plenitude a artista utiliza a cor com muita sabedoria. Servindo-se de uma paleta quase monocromática, adicionando distintas intensidades às cores que variam entre branco, preto, cinzas e ocres; de onde a luminosidade e as sombras emergem conferindo transparência á pintura como um todo. Os tons se unem estabelecidos em poucas graduações, aludem a uma atmosfera que é uma das fontes de prazer e sedução que o espectador desfruta diante de toda massa ou matéria informe, de sua pintura. Desta alquimia, resulta que a oposição pictórica entre desenho e cor parece definitivamente superada.
Se a obra de arte tenta testemunhar o indeterminado, o inexprimível, a procura da artista em representar o que não pode ser mostrado, o informe, a anomalia, a quimera presentes no mundo, mas sempre negadas, afeta o visível de modo contradizer a percepção natural e torna o nosso olhar, uma máquina de ver. Ela insiste em dar existência àquilo que a visão profana acredita ser invisível e é, no limite, o visível que a pintura faz ver.
Os desenhos de Sandra não são matérias, mas acidentes, epifanias que recuperam a crença capaz de nos devolver o mundo e o corpo a partir do que significa sua ausência.
Ligia Czesnat (2007)
· professora aposentada da UFSC - Curadora e Crítica de Arte.